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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Dindin poético

Oi pessoal

Não estranhem o título do meu post porque é verdade. O Brasil já teve dindin poético...
Hoje, brincando de "lojinha" com a Letícia, ela me aparece com um maço de cédulas de dinheiro brasileiro antigo- aqueles que já não tem mais valor mas são importantes para colecionadores. Disse-me que o bisavô tinha lhe dado e ela queria brincar de lojinha comigo, usando-as.
Comecei então a relembrar daquelas cédulas... cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, cruzado novo... foram tantas que às vezes a gente chega a esquecer.
Detive-me então em observar os detalhes das notas e uma me encantou: era uma  de 50 cruzados novos que tem a foto do Carlos Drumond de Andrade na frente e um poema de sua autoria no verso.

Eis o poema:

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça.
Todas as mães se reconheçam
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

Aproveitando essa oportunidade, quero propor a vocês um desafio: que tal pesquisar a época em que esse "dinheiro" entrou em vigor? Qual era o cenário político da época? Porque precisamos mudar de "dinheiro"? E, finalmente, qual era a intenção do Drummond naquele poema, em especial na última estrófe: "Eu preparo uma  canção que faça acordar os homens e adormecer as crianças."

Quero que vocês partilhem suas considerações neste espaço. Acho que vai ser muito bom...
Um abraço.  I see you...

Um comentário:

  1. toda canção deveria ter esse objetivo: acordar os homens! - mas tem gente que consegue fazer canção com "ela vai de saia, de bicicletinha, uma mão vai no guidão e a outra tapando a calcinha...!!! rssss...

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