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sábado, 8 de dezembro de 2012

XÔ TRISTEZA




Hoje, dia 8 de dezembro de 2012 marca o dia do XÔ TRISTEZA.

Hoje realiza-se a última das cerimônias fúnebres preconizadas como práxis  imediatas ao falecimento de um membro da Igreja Católica. Será realizada a Missa de 7º Dia do falecimento do meu amigo, irmão, protetor Samir.

Tenho certeza de que ele, se estivesse aqui conosco não estaria muito feliz com isso não, porque esses cultos-celebrações-cerimônias são formas de se manter abertas as feridas e ele, pragmático como só, não gostaria de ver as pessoas que ele ama sofrendo com dor, mágoa, tristeza.

Assim sendo, hoje declaro encerrado o período de dor pela morte do Samir e aberta a estação de ter saudade e de trabalhar para preservar e cultuar tudo aquilo de bom que ele fez por nós – seus amigos e família – e pela sua cidade – São Simão.

Hoje declaro renascidos a garra, a coragem, e o amor de Samir por sua terra e conclamo a todos os que o amam a vir comigo.

É chegado o momento de deixarmos de lamentar sua ausência e passarmos a louvar seu trabalho, suas idéias, seu amor por tudo e por todos.

Venham amigos, venham comigo nessa empreitada.

Deixemos para trás o que de ruim aconteceu e, quanto às pessoas, essas o próprio tempo se encarregará de mostrar em quem acreditar e em quem confiar.

Vamos dar tempo ao tempo. Ele é o senhor de todas as verdades, mas enquanto o tempo passa, não vamos deixá-lo passar em vão.

Samir era, é, e sempre será o maior amante de São Simão, o mais apaixonado, o muito generoso, o mais cuidadoso.

Nós somos seus  amigos, parentes, companheiros.

Vamos unir essas duas vertentes: SAMIR + TODOS NÓS e fazer de São Simão o lugar dos sonhos para se viver.

E então, com a licença  do poeta,  vamos declamar assim..
.
"E quando eu estiver mais triste


Mas triste de não ter jeito


Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra”...SÃO SIMÃO 


 (Vou me embora pra Pasárgada - Manuel Bandeira)




domingo, 1 de janeiro de 2012

RECEITA DE ANO NOVO




Ofereço este  poema de Carlos Drummond de Andrade aos meus queridos amigos... 


RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.